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TERRA INDÍGENA
TRINCHEIRA BACAJÁ (TITB)

A Trincheira Bacajá (TITB) está situada no médio Xingu, no estado do Pará, e tem como referente de localização o rio Bacajá, onde se assentam as terras indígenas dos povos Mebêngôkre-Xikrin.

 

Essa localização é privilegiada pela riqueza de fauna, flora e a grande disponibilidade de castanheiras e de babaçuais que favorecem a colheita do coco e a extração do óleo feita pelas menire – mulheres Xikrin. Essa prática já inserida no cotidiano das menire tem colaborado ainda mais para a consolidação do produto no mercado da sociobiodiversidade, a autonomia dos indígenas da TITB e manutenção da floresta em um contexto de sérios problemas decorrentes do desmatamento.

 

A despeito da abundância natural da floresta, desde o barramento da água na região do médio Xingu, promovido pela construção e funcionamento da Hidrelétrica de Belo Monte, indígenas e ribeirinhos dessas localidades vêm sofrendo com a baixa vazão do rio desde 2015. Esse processo afetou e afeta as interações e experiências dos povos da floresta que constituem esses territórios, já que o represamento da água trouxe a realidade da seca, a morte dos peixes e a redefinição das práticas de subsistência em relação à terra.  

Além disso, hoje, com o afrouxamento das leis ambientais e a ausência de proteção às áreas indígenas, os territórios que recobrem a bacia do Xingu, no estado do Pará, são alvos de grileiros e madeireiros que têm devastado a floresta de forma criminosa e predatória, poluindo a água e dificultando ainda mais as dinâmicas de existência dos povos que vivem com a floresta.

 

Nos meses de setembro e outubro de 2021, data no último boletim do Sistema de Indicação por Radar do Desmatamento da Bacia do Xingu – SIRAD, houve um aumento de 33% na taxa de desmatamento, em relação a outros meses, nas terras indígenas localizadas na bacia do Xingu. Nesse período, foram 7,3 mil ha desmatados, dos quais 872 ha faziam parte da Trincheira Bacajá.

 

O quadro que já era ruim com o represamento das águas do rio Xingu, agora, demonstra faces ainda mais sombrias que intensificam as disputas nesses territórios. Disputas essas que tem, de um lado, os povos indígenas que lutam pela sobrevivência da floresta e pelo direito de viver com ela; e, de outro, criminosos que se munem em prol da destruição de toda vida que a terra abarca.

 

Nesse contexto, a luta pelo bem viver na terra segue, precisa seguir; pois, deixar morrer a floresta, para os Xikrin, é deixar morrer o corpo.

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